Já há uns tempos no Maputo, só me decidi muito recentemente a conduzir pelo lado esquerdo. Por razões que talvez poucos compreenderão, mas a prenderem-se sempre com a ideia de que se começo a conduzir pelo lado esquerdo ter-me-ei tornado uma verdadeira emigrante, uma TUGA, como tantas que eu vejo todos os dias e com as quais me desindentifico.
Enfim. Resolvi a questão mentalmente, agarrando-me a à ideia de que com tanto sangue britânico a correr-me nas veias, conduzir à esquerda era do foro genético. Mas a verdade verdadeira é que o calor me impede de andar a pé e dificulta-me o dia a dia, necessito mesmo de conduzir nesta cidade.
Cá em casa há um 4x4 enorme, mas nestas estradas essencial. Quando me sento ao volante parece que estou a conduzir um camião. Requer treino. Entendi que o fim de semana seria (também) dedicado à condução.
Então ao sairmos de um magnifico dia de praia na Macaneta, fui eu a conduzir até ao batelão.
Estava eu a entrar no carro veio o guarda pedir-me para dar boleia ao colega. Os dois estavam mesmo ao meu lado, todos em pé. E eu digo, hoje não, porque vou aprender a conduzir este carro e não quero distrair-me.
O guarda disse ao colega (que tinha ouvido tudo tão bem quanto ele):
- Não podes ir, a mamã vai aprender.
E de repente desapareceram os dois. Depressa.
E eu fui conduzindo, em estrada de areia. Devagar.
Ainda agora me rio.