... devagar, como tudo o que por aqui acontece.
Com (até ver) uma única excepção: o fim do mês, que é sempre de grande alvoroço, com muito movimento nas ruas desta cidade. Depois tudo volta à normalidade lenta do dia-a-dia sempre mais ou menos igual.
Os vencimentos aqui pagam-se no dia 30 ou 31, conforme os dias que o mês tem, e quando o último dia é num Domingo ou Feriado, como aconteceu neste mês de Julho, então os vencimentos pagam-se no dia 1. Um esquema muito rígido, mas os moçambicanos gostam das coisas bem definidas...disso tenho exemplo flagrante cá em casa pela forma sempre idêntica e pouco criativa com que a Felismina se atira à cozinha e se falta um ingrediente, por mínimo que seja, tipo folha de louro, já a tenho ao pé de mim com cara de caso como se tivesse que enfrentar um problema do tamanho do mundo...
E no dia santo do ordenado são filas intermináveis nas Caixas ATM. E palmilham-se as distâncias necessárias que a malta aqui é extremamente fiel ao seu balcão, se não o for paga taxas bastante mais altas, incompatíveis com os magros salários, mas isto são coisas dos países em desenvolvimento, porque no desenvolvido reino dos Tugas ninguém as paga, e por lá a malta refila imenso sem saber que está até muito bem, comparativamente às realidades daqui.
Também é dia de grandes bebedeiras, acidentes de automóvel e alta actividade dos carteiristas, num esquema também rigido, como os moçambicanos tanto gostam.
Aqui em casa optámos por pagar na 6ªfeira dia 29, para sossego nosso e grande alegria (e alívio) da Felismina.
Ando naquela fase em que tudo faço para evitar o stress - algo que os moçambicanos praticam muito bem, excepto nesta concentração de pagamentos e levantamentos do último dia do mês.
Eu estou a fazer tudo devagar.