1. No Jornal 'A Verdade' de hoje:
O abandono de fetos e corpos nas lixeiras tem sido notícia recorrente nos órgãos de informação moçambicanos. A insensibilidade das pessoas que cometem esse tipo de actos tem sido de tal sorte que elas chegam a deixar fetos ou recém-nascidos envoltos em lençóis, plásticos e sacos à sua sorte nas valas de drenagem, nas latrinas, talvez para dificultar a descoberta dos casos. Todavia, isso configura um acto deliberado de assassinato, que se pode equiparar a um infanticídio. Trata-se ainda de uma acção que viola o princípio segundo o qual “todo o ser humano tem direito à vida”[...]
in Diário de um Sociólogo
2. Poucas palavras:
Estamos num país que faz parte da CPLP. O ensino faz-se em português, que é a língua comum do Rovuma ao Maputo. Porém, exceptuando as elites que são reduzidas, não podemos pensar que se fala português, fala-se algum português. E se não falarmos devagar e com as palavras que ouvimos os locais utilizarem, ninguém nos compreende. Também não nos contestam - porque é essa a forma de estar - a comunicação é muito complicada.
Meninos a dormir na Av. 25 de Setembro (Baixa de Maputo), in quivismo.blogspot.com
3. Barulho:
O barulho faz parte intrinseca do dia-a-dia. Fala-se alto, buzina-se muito, grita-se com facilidade. É transversal à sociedade e às faixas etárias. No prédio onde moro há uma dependência onde mora uma família que tem uma criança pequena, ainda não terá feito 2 anos. De manhã, quando saio de casa, a criança geralmente está a chorar. E a música, repetitiva e incomodativa, a bombar alto. Ninguém parece fazer a relação, e eu penso naquele provérbio - é de pequenino que se torce o pepino - mas nem vale a pena dizer isso alto, que ninguém me iria compreender.
Tudo a continuar devagar.