se vai ao longe? ou nunca se chega? Em terras do Índico, vamos abrandar...
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Ago 12
publicado por devagar, às 09:06link do post | comentar | ver comentários (14)

Quem vem ao Maputo a férias ou em curta visita 'de negócios' se instala num bom hotel, vai às praias ou - se tiver vindo em trabalho - aos bons restaurantes da cidade, impressiona-se com o inesperado dos carros 4x4 topo da gama que vê nas principais ruas da cidade, olha para o resto como o colorido d'África, vai daqui maravilhado.

E ainda bem, Moçambique precisa de turismo.

Não entendeu grande coisa do país em si, mas lá está, o que percepcionamos, com tudo o que contém das nossas expectativas e daquilo que queremos ver, costumamos confundir com aquilo que é.

Há um outro Moçambique, cujas pinceladas às vezes aqui deixo num ou noutro post, como vou fazer agora, porque neste fim de semana ouvi e li histórias de quem por aqui anda há bastante tempo e tem uma capacidade de análise e um conhecimento que os recém-chegados não têm e que eu até questiono se quererão ter.

A primeira história relaciona-se com o caçador e também escritor Sérgio Veiga (inspirou o mais recente livro de Mia Couto, de quem é amigo), ver detalhes aqui.  Refere-se ele a uma situação no Norte do país, em Cabo Delgado, à volta das povoações de Palma e Macingoa da Praia, onde um casal de leões matou 26 humanos. Contratado para abater os animais, Sérgio Veiga relata como foi lento encontrar os animais e como, naquele contexto, a população acabou por acusar 2 rapazes de ou se transformarem em leões de noite ou de conseguirem manipular os espírito dos leões, e como a polícia prendeu e maltratou os rapazes (porque se identifica com essa forma de pensar) e como só depois de abatido o casal de leões foi possível interceder para a libertação dos rapazes, porque não estavam feridos onde os animais tinham sido atingidos.

 

Para quem gosta destes temas, Sérgio Veiga reuniu uma série de histórias d'África num livro publicado em Portugal em Julho.

 

A segunda história é mais light, amigos recentemente em viagem pela Zambézia profunda viveram uma situação que diz muito: quando falavam (português de Portugal) quem os ouvia pedia para repetirem a frase, ou a palavra, porque há muitos anos que não ouviam falar português assim (destaque para arroz, devido à dificuldade de se pronunciar correctamente os dois erres).

 

Por último, na província de Nampula, fica o artigo que saiu no jornal, e que não se pense que é caso raro, porque de facto e lamentavelmente, é frequente.

O país real, profundo, onde tudo se move a ritmo extremamente lento: devagar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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